21 de jul. de 2010

Penderecki



deixava os trilhos soltos
após avançar com seu trêm terrível
as planícies de Gdansk
cabeças sem corpo e omoplatas gangrenadas
- tal violetas desabrochadas -
saltavam pelo caminho onde
crianças espectrais com carimbos Aushwitz na testa
iam compondo seus bonecos de sangue


Krzysztof Penderecki
também montou sua orquestra
com instrumentos de ossos e neve
testemunhas dizem que o céu de Varsóvia ficou negro
após a estréia de seu concerto para violoncelo
com o coro de vozes das crianças da estrada de Gdansk

2 comentários:

  1. Adorei o poema, mesmo. Penso apenas que o blog poderia ser mais "clean", para não chamar mais atenção que os textos e para não atordoar a leitura. Mas é só uma "opiniãozinha". Abraço!

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  2. Cara, desculpe por não ter respondido teu comentário, é que fiquei um tempo longe da internet. Fiquei emocionado mesmo por um filho de baco ter comentado lá, e por ter captado o lance direitinho hehe. Estou acompanhando teus delírios, teus lírios alucinantes (como é difícil detê-los!)

    Rafael Medeiros (Rammed Blackwolf)

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