4 de jul. de 2010


O sono

estende a sua mão implacável desliga o farol dos olhos e o curto-circuito das artérias na cabeça o leve incêndio das anêmonas degoladas & das chuvas bailarinas de Garcia Lorca “Ah, como deve estar bela a Andaluzia enquanto Franco ainda queima lentamente !” sons dementes liquidificadores de vozes & hesitações nos alpendres obscuros da consciência tudo tudo vai ficando distante na quase-morte dos sentidos

um corpo é cuspido da órbita onírica para o real

a manhã mastiga essa matéria impregnada de lua & suor

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